quarta-feira, 17 de junho de 2009

Voltamos às Tribos?



As atitudes humanas hoje, em pleno século 21, estão muito estranhas quando se pensa na palavra futuro. Parece que estamos voltando ao passado no comportamento humano. Vejam só: viramos “tribais” isolados em “castas” criadas por nós mesmos e que não são poucas: tem a tribo dos “funkeiros” tribo dos “rockeiros”, tribo dos “reagge”, dos gays, dos intolerantes, dos tolerantes, dos mauricinhos e patricinhas, dos traficantes, dos “sem terra” , dos com (muita) terra, dos políticos, dos eleitores, do povo pobre, dos poucos ricos.Um sempre em oposição ao outro.

Em pleno século XXI, 9 anos depois da falha do Amargedom em 99-2000, quando o mundo ia se acabar, viramos tribos. As meninas quererem colocar um piercing pra se igualar as outras que já os tem, os meninos querem uma argola alargadora na orelha e uma tatuagem tribal (isso, tem até tribo pra tatoo), sem contar que tem a tribo do orkut, do msn, do blog, do twitter, do youtube... Do you nothing?

Nas relações humanas, quem é menos valorizado é justamente este ser de carne, osso e sangue. O que vale é a tribo, pois ou faz parte dela ou não. As pessoas estão com “Faixas de Gaza” particulares. É gay? Skinheads neles! É Palmeirense? Desce o pau do Corinthians! Deixou o carro “morrer” no transito? Entram em ação as tribos da buzina e do xingamento. Tolerância zero negativo. Até os indios tem tribo!! A tribo dos isolados.

Qual caminho seguir nos isolando dessa forma? Foi pra isso que corremos no tempo e na tecnologia? Foi pra isso que temos computadores de ultima geração e avanços com células-tronco? Pra negar o respeito ao outro que demorou tanto tempo pra ser conquistado?

Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça dando milho à tribo dos pombos.
Por isso, para ter visibilidade social, caro leitor, trate de arranjar logo uma tribo, antes que você fique assim como eu: Sem tribo e procurando o significado da palavra coletividade.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Força dos Atores e Atrizes



Responda: Porque as novelas, cinema e teatro ainda fascinam tanto? Porque lá existem atores e atrizes que reproduzem todo ou em parte o universo que nós vivemos, seja de forma glamurosa, seja de forma trágica. Hoje em dia qualquer menina bonitinha com 12 anos quer ser atriz, não é bacana? Claro, não só pela fama e o dinheiro que a profissão traz, mas também de poder representar a realidade para milhares de telespectadores.


Quando comecei a fazer teatro entre 79 e 80 era um negócio muito mal visto. Pra fazer laboratórios, no velho Santa Roza, todos os sábados, eu enfiava chuteira e meião e dizia pra minha mãe que ia pro futebol. Ela hoje ri disso e até agradece porque eu seria um péssimo centro avante. Mas “era feio” fazer teatro na minha época de jovem. O conceito era que os meninos iam virar “viados” e maconheiros e as meninas lésbicas ou putas. Vejam como o tempo mudou: hoje as mães levam seu filhos com certo “talento” pra os cursos de teatro na cidade, ou até mesmo pra se livrar da energia do “pestinha” nas férias.

Mas não é fácil a vida de ator, pois tem que malhar, estudar de tudo sobre a arte de representar, ler muitas peças clássicas e modernas e estar sempre com o corpo em trabalho físico e mental pra agüentar aquelas horas em cima do palco, sob fortes luzes em cena.


Depois do teatro fui fazer TV. Bem, comerciais para TV. Acho que fiz uns 100 ou cheguei bem perto.Umas campanhas muito boas como a do FreeShopping criadas pelo, (já no andar de cima) publicitário Chico Mozart, trabalhei com Alberto Arcela, Genival Ribeiro, PC, Zé Guilherme, Toni e Boni (Natal-RN), Chico Sátyro, muita gente do Recife, fiz pro interior de São Paulo e em todas as capitais nordestinas teve rodando VT comigo. Bacana, sabe por que isso? Porque os caras apostaram no ator e na resposta que eu dava pra vender aqueles produtos. Hoje, poucos atores e atrizes aparecem na TV fazendo comerciais.


Depois das famigeradas “cartelas” em que um carinha que tem um computador bom e domina uns programas, a TV virou só cartela. Números e figuras se mexendo, sons estridentes, cachê só do locutor. Virou uma mesmice só. Sai barato pro produtor, pra agência (que não contratam atores) e pro cliente principalmente “amigo velho, velho amigo!”


Mas percebam hoje a força que tem um ator ou uma atriz num comercial de TV. A agência que tem a conta do Shopping Tambiá teve a felicidade de encontrar um casal que já virou a marca da casa (como aquele garotinho era). Buda Lira e Ana Luiza Camiño estão perfeitos na brincadeira do dia dos Namorados. Chama a atenção de cara, pela naturalidade deles dois. E que tal o Armazém Paraíba quando aposta em Fernando Teixeira e Evaldo Souza (O dono da bodega e o “fiadeiro”) ?? Eles dão show com o humor popular e marcante, deixando bem visível a proposta de serem engraçados e “passar o recado plenamente”!

Pois é, a força que esse povo tem, quando fazem suas peças de teatro é a mesma que eles empregam num VT de 30” e o resultado é sempre gratificante. Bem que as agências e produtoras poderiam apostar mais no nosso elenco, até porque quando o povo vê Buda, Fernando, Ana ou Evaldo na rua, no bar, na fila de banco, vai logo associar à marca que eles estão “vendendo”. Viva a força do ator e da atriz da Paraíba!