sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A VIDA NÃO É EDITADA, É AO VIVO!

Quem viu o debate na TV CLUBE-NORTE ontem ficou com uma impressão nítida de que os debates são (e serão) imprescindíveis no decorrer de uma corrida (!) eleitoral. Longe, mas muito longe dos truques de imagem e edição que o guia eleitoral “vende”, os debates são um raio X de cada candidato, da sua postura ao seu raciocínio.
O debate da Clube foi muito bom, apesar da emissora, mesmo juntando João Pessoa com Campina Grande não alcança mais de que 40 cidades. A eleição é estadual, mas o debate não. Mas mesmo assim ok pra TV Clube pela iniciativa. Mas, pontuei alguns tópicos para dividir com vocês que viram e os que não viram o primeiro debate dos candidatos ao governo da Paraíba.
- O auditório do Sebrae foi uma sacaca boa pra realização. Precisava só melhorar a iluminação. Havia muitas ”sombras” em todos os candidatos.
- Todo mundo gaguejou, titubeou na fala, mas Zé Maranhão bateu recorde, vejam as pérolas:
-“Foram melhorado” – “responsavi” –“brasí” –“dêve” (no lugar de deve) – “estamos empenhado” – “mais de setenta cidade” – “queria responder” (para Lurdes no lugar de “queira perguntar”) – “imóvi” (imóvel) – “fardamenta” – “a gente ouçe” – “todos os município” -
Sem contar aquelas fichas que ele tenta usar e na verdade atrapalham mais do que ajudam.
- Chico?Que Chico?
O companheiro Nelson Junior não ficou pra trás. Contando com aquele discurso mofado e bolorento dos anos 60, cheio de palavras de ordem, sapecou alguns atentados à língua pátria, sejam:
“cabo eleitorais” – “ ou seje” –
O pequeno pônei Marcelino do alto da sua lambança oral, encaixou entre outras, um “demostra” no lugar de demonstra e “as pessoas mais póbi (pobre)”, sem contar aquele discurso batido.
-Chico? Tinha um Chico lá?
Lurdes Sarmento, é Lurdes Sarmento. Acho que ela deve ter ficado muito feliz, porque Marcelino consegue ser menor que ela!
Mas, vamos e venhamos, democracia é uma coisa boa, mas ter que ouvir candidato que ta com 1% é fogo. Pior, como diz meu amigo Camerino, é “ouvir 1% perguntar e 1% responder”
Ricardo Coutinho foi, como sempre, muito competente com sua postura, mas bobeou quando não prestou atenção na pergunta que tinha sido feito pra ele sobre Infraestrutura. Em compensação, além da claque que urrava lá fora cada vez que falava seu nome (vazando pro estudio-auditório), foi o primeiro que “puxou palmas” para TV Clube no final do debate.
Nem o nosso Nonato Guedes escapou. Com seu cabelo peculiar, disse algo desconexo para o grande jornalista que é. Aí escapou do seu brioso cérebro um “interiorizado em cidades do interior”
Em algum momento falou-se tanto no candidato ao senado, Cassio Cunha Lima, que por ora podia se achar que o candidato ao governador era ele e não Ricardo. Principalmente Nelson Junior, que vociferou cobras e lagartos contra a aliança da chapa Por Uma Nova Paraíba. Cheguei a pensar que ele é que era “laranja” (vocês entendem o que quero dizer)
Napoleão, tenso no inicio, dominou a bola do meio pro fim, mas tenho uma observação: Cada vez que ele tinha que “passar a bola” de um candidato pra outro entre réplicas e tréplicas levava um precioso tempo de 5 segundos. Como isso foi repetido à exaustão, perderam-se aí preciosos minutos. Sem contar na “gafe” de terem “esquecido” Lourdes Sarmento na pergunta dos jornalistas. Pena!
No final, salvaram-se todos. O debate foi muito bom, aliás o debate é sempre bom, porque o candidato se mostra, se desnuda. Até porque a vida é “ao vivo” e não “editada”.
-Sinceramente, não percebi nenhum Chico lá!