segunda-feira, 6 de maio de 2013

Atravessando o meio século




Antigamente, quando eu tinha uns 10-15 anos uma pessoa com 50 anos era considerada uma pessoa velha, ou envelhecida. Não tinha muita perspectiva de vida, até porque àquela época a estimativa rondava em torno dos 70 anos. Então, naquela época uma pessoa aos 50 estava se preparando pro “cadafalso” . Hoje não, com as novas tendências na medicina, alimentação e exercício, muitos 50tões se sentem exatamente como o tempo diz: “no meio da vida”. Pois, é assim que me sinto, um moleque na alma, na mente, apesar  do corpo já dá alguns sinais de fadiga, até natural pra quem caminhou até agora. E caminhar até agora significa que pisamos muito mais por caminhos certos do que errados. Colecionamos amizades e amigos, que permanecem até hoje e outros que se foram, para o andar de cima, ou quando  a amizade não foi sólida suficiente pra seguir junto. Mas nesses 50 anos vivi muita coisa: Acompanhei o rádio Am da Tabajara, depois a TV preto e branco, programa do Chacrinha, Irmãos Coragem e A Praça é Nossa ( com o velho Manoel  da Nóbrega), Chico City, ouvi as primeiras transmissões de rádio FM em Campina Grande, TV Colorida onde passamos a rever os nossas séries preferidas: Viagem ao Fundo do Mar, Perdidos no Espaço e Terra de Gigantes, Jeanne é um Gênio, A Feiticeira, os desenhos da Hanna- Barbera, em cores inclusive o rosa da Pantera. Cinema foi a maior diversão: Ví filmes no Cine Plaza (Ponto Cem Réis) Cine Municipal (Perto da Praça do Bispo), Cine Brasil (Praça Aristides Lobo), Cine Metrópole (Perto da Energisa) onde as quintas feiras tinham dois filmes pelo preço de um e o meu preferido, que já tinha platéia “arena” o Cine Tambaú, no hotel do mesmo nome. Tinha sessão de arte no cine Municipal, sábado às 10 da manhã onde aos 14 anos vi “2001, Uma Odisséia no Espaço” e confesso que saí de lá meio sem entender muito.
Fiz o primário no Grupo Escolar José Vieira (Ao lado do Espaço Cultural), ginásio no Colégio Sesquicentenário, científico no colégio Bairro dos Estados, e na UFpb fiz Artes (Licenciatura em teatro) e Comunicação Social – Jornalismo . Chargista e quadrinhista, já desenhei em quase todos os jornais da PB, desde os 20 anos em algumas revistas locais como A Carta e A Semana e até encaixei material no extinto Pasquim e na Folhinha de São Paulo.
Tive Telejogo, Atari, Mega Drive, Sega CD, 3DO, Play 1, 2 e Xbox 360, contabilizando aí muitas e muitas horas na frente da TV só pra passar de fase.
Sou ator e humorista. O ator veio primeiro em 1979 quando entrei pro elenco da peça “O Dia em Que Deu Elefante” de Marcos Tavares e direção de Tânia França. Puxado mais pro lado da comédia cheguei a trabalhar em várias comédias e peças infantis. Meu primeiro show de humor foi “Pra Morrer de Rir” em 1982, embalei e fiz mais de 18 shows diferentes ao longo desses anos.
 Em TV fiz centenas de comerciais, fui um dos pioneiros a gravar comerciais pra TV aqui em João Pessoa, trabalhei em São Paulo na rede Band ao lado de Costinha, Zé Vasconcelos, e tantos outros. Entre 2005 e 2010 participei do Show do Tom (Rede Record) imitando Caetano Veloso, entrei no palco de Ana Hickmann pra imitar umas pessoas durante 5 meses entre dezembro de 2011 e Abril de 2012.
Em bares passei mais horas “perdidas” do que jogando videogame. Travessia, Estação, Ultima Sessão,  Gambrinus, Baiano, Bar da Xoxota,   Peixe Elétrico, Feijoada do Bigode, Cantinho da Feijoada, Café Piu-Piu (SP) Amarelinho (RJ) só pra começar a contar. Lugares maravilhosos onde em troca do vil metal saí embriagado de cerveja, vinho ou uísque e muito papo bom!
Namorei muito. Todas me ensinaram muita coisa apesar de ser meio nômade de mulheres. Namorei filha de médico famoso e filha de pedreiro. Mulher casada? Umas duas. Duradouro? Uns 3 anos com uma só. Namorei francesa, italiana e uma americana veio morar comigo (depois o “doido” sou eu!). Paulistanas, Carioca, Recifense, Curitibana, Cajazeirense, tenho uma mapa do amor no meu coração.
Filhos? 3. De três relacionamentos. Lindos e maravilhosos. Daniel (19), Luana (14, que mora comigo) e Luiza (12), ainda escrevi duas peças de teatro, algumas revistas em quadrinhos e plantei muitas árvores por este mundo à fora.
Acompanhei a evolução do celular: desde o “tijolão” até os smartphones embora nesse último careça de mais informação pra aprender a “bulir”. Sou do tempo do videocassete e hoje aprecio o blu Ray e uma TV grande, embora saiba que o cinema é (e será) insuperável, pois não conheço ninguém que tenha uma tela daquele tamanho na sala de casa. O e mail é minha linha de comunicação direta, mas já mandei (e recebi) muita carta e aerogramas. Você sabe o que é um FAX? Eu vi os primeiros, bem depois da revolução da máquina de escrever Olivetti elétrica. Sou do tempo do stêncil à álcool e à óleo onde aos 14 anos entrei pro ramo dos donos de empresa de comunicação e fundei o meu primeiro (e único) jornal “O Lixo” onde fazia de editorial à faxina depois de imprimi-lo sorrateiramente usando um mimeógrafo cedido por uma tia minha na escola onde ela trabalhava.
Não tenho o que reclamar da vida. Ela é maravilhosa. Já tentei achar Deus em todo canto, mas fiquei ainda mais feliz que ele ta aqui bem perto dentro de mim. Sempre digo: “tenho  o celular de Deus e ligo pra ele muito menos pra pedir e mais pra agradecer.”
Meus maiores presentes são os amigos que fiz ao longo desses anos. Os fiéis, os dissimulados, os bons, os maus, os da cachaça, as beldades, as menos belas, os falsos, os da hora, os que nunca chegam na hora, os que Deus levou, os que outros caminhos levaram, enfim, AMIGOS é uma experiência múltipla que todo mundo tem que participar! Afinal, como diz Dominguinhos: “Amigo a gente encontra/O mundo não é só aqui”

Um comentário:

Anônimo disse...

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