quarta-feira, 31 de março de 2010

O DIREITO DE IR E VIR - Cristovam Tadeu


Sou do tempo da ditadura onde todo mundo na escola mandava na gente. Até pra ir ao "quartinho" (banheiro) era um "atentado" naquela época. Estudei na Escola Estadual José Vieira (Ao lado do Espaço), no Sesquicentenário fiz meu ginásio, e no Colégio Estadual do Bairro dos Estado foi o meu científico. Depois soube que muita gente bacana também estou lá, como Edilson Alves, Ricardo Coutinho, Buda Lira e Luiz Carlos Vasconcelos por exemplo. Até o ginásio era um época de ditadura plena. Os direitos estavam sob o comando do regime militar e de todos aqueles professores medrosos (eram muitos) que nos ensinavam que a chegada de Cabral foi festejada pelos indigenas e que a descoberta do Brasil foi uma ato amistoso. Bullshit! Hoje, na era da democracia temos uma especie de ditadura de todos os poderes. Qualquer sociedade minimamente organizada se acha poderosa o suficiente pra impedir que outras usem suas prerrogativas de forma livre e soberana. Moro no Edf. Caricé há pelos menos 10 anos e é incrivel o que vejo daqui de cima (moro do 12o andar). Além da ditadura dos carros de som (sempre às alturas desde as tenras horas da manhã), temos algo que a foto aí de cima ilustra muito bem. A ditadura das passeatas. Seja de estudante ou sem terra são sempre em um numero muito pequeno de participantes. Gritei pelas "Diretas Já" e saíamos da universidade (!) pra Praça João Pessoa sempre em um numero muito poderoso. Estudantes, professores, povo, todos por um direito justo. E era repito sempremuita gente. Talvez a causa fosse mais nobre... Não condeno as passeatas, pelamordedeus, condendo que este tipo de movimento hoje não provoca nem traz muitos resultados, principalmente pelo numero reduzido de participantes. Nunca vi, daqui do alto do Caricé mais que 50 pessoas nelas. Mas o que de pior acontece é que eles PARAM a cidade. Ocupam todas as pistas de trafego quando muito, poderiam seguir em faixa unica e o que isso acarreta? Poxa, engarrafamentos de toda natureza. 50 pesssoas não podem parar uma cidade! É menos que uma lotação de ônibus! Isso precisa ser repensado. É o direito de ir e vir. Pense quem tá no carro indo no médico com hora marcada? Quem tá no ônibus correndo pra uma aula importante? E aqueles que estão indo pra uma entrevista de emprego? Chegar atrasado é ponto à menos pro patrão, vocês sabem disso. A cidade não pode ficar refém dessas passeatas de meia duzia de três ou quatro ou então, o poder publico disciplinar pelo menos o uso de faixa unica pra que a cidade não pare nos gritos de frases feitas dos anos 70 por um locutor em cima de um carro de som (que as vezes é maior que a passeata inteira!). Pensemos nisso!